No aniversário de Contagem, a Escola Municipal
Doutor Sabino Barroso também está em festa para celebrar o seu
centenário. O coletivo da escola preparou uma programação especial
para brindar a população contagense, incluindo jantar de
confraternização, celebração de missa de ação de graças e o
lançamento do livro“100 anos da Escola Municipal Doutor Sabino
Barroso”,obra que recupera a história e memória do “primeiro
grupo escolar do município”.
O lançamento do livro, fruto de longa pesquisa
feita por Maria Sueli Diniz, também professora da Escola, ocorreu no
último dia 28. O evento foi prestigiado por ex-alunos,
representantes das antigas famílias de Contagem, educadores e
diversas autoridades, incluindo o prefeito Carlin Moura e o
secretário de Educação, professor Ramon, público que lotou as
instalações da unidade de ensino, localizada na sede da cidade.
Ao parabenizar a autora pela obra, Carlin Moura
falou da importância da educação para a projeção econômica do
município nos dias atuais. “Se Contagem é hoje a terceira
economia do estado e a segunda em geração de empregos é graças à
educação, e a escola Sabino Barroso foi o alicerce desse processo.
Cada funcionário e cada estudante que passou por aqui e que ainda
passa, contribuiu e contribui para elevarmos nossos indicadores
sociais”, acrescentou o prefeito.
Concretização de um sonho - Visivelmente
emocionada, Maria Sueli Diniz disse que o livro representa a
realização de um projeto antigo, cuja ideia teve início há 14
anos. “ Recuperar a memória da Sabino Barroso foi um prazer,
não só pela escola fazer parte da minha vida, mas também por ter
tido a oportunidade de presentear a comunidade contagense com
informações tão preciosas”.
Elaborada com capricho, a obra de Maria Sueli
retrata com fidelidade as várias fases das bodas de ouro da escola.
Ao folhear o livro, o leitor se depara com registros, fotografias e
documentos históricos relacionados ao funcionamento da mais antiga
unidade educacional da rede municipal de Contagem, que configuram uma
verdadeira “viagem ao passado”. Exemplo disso são fotos de
diplomas escolares do início das atividades da unidade, estudantes
durante atividade agrícola, em 1948; e desfile de 7 de setembro, em
1951.
Mas contar o centenário de uma escola não é
apenas reunir documentos. É também reviver momentos da vida de
estudantes, mestres e funcionários, personagens de cada um dos
capítulos da história desse renomado espaço de aprendizado.
Personagens - Inês Mônica Rocha Macedo, 77 anos,
que trabalhou na escola no período de 1957 a 1987, foi uma dessas
personagens que fez questão de prestigiar o lançamento do livro. “O
Sabino representa os melhores 30 anos da minha vida, onde trabalhei,
fiz grandes amizades e ganhei maturidade”, relata com orgulho a
professora aposentada, que também atuou na secretaria e na direção
da escola.
Quando se fala em Sabino Barroso, passa um filme
de doçura na cabeça de Eliana Diniz, 67 anos. “A imagem que
carrego das minhas primeiras professoras do Sabino é de carinho e
abnegação. Como era muito doente, elas sempre tinham atenção
redobrada comigo. Quando chovia e eu estava no pátio, elas corriam,
me pegavam no colo e evitavam que eu tomasse chuva. Quando tive
caxumba, minha professora Celina Belém foi me aplicar prova em casa
e acabou também pegando caxumba”, relata lisonjeada a antiga aluna
cujo pai, Ariovaldo, também estudou na escola, na primeira turma, em
1914.
Nascido e criado em Contagem, Júlio Diniz, 80
anos, também destacou a importância da escola em sua formação.”
A Sabino era a extensão do meu lar. Aqui, além do carinho
semelhante ao recebido pelos meus pais, também tive acesso às
minhas primeiras letras, base de tudo na minha vida”. Ele fala
ainda da trajetória brilhante dos filhos, que também estudaram no
Sabino. “Meus dois filhos se tornaram médicos: Adriano é
dermatologista e mora em João Monlevade e Patrícia é
endocrinologista, em São Paulo”.
O senso de pertencimento parece ser mesmo uma
marca na Sabino Barroso, que perdura na atual gestão da escola.Com
brilho nos olhos, a pedagoga na unidade desde 2006, Cássia Alves
Matoso, fala dessa relação de amor. “Temos orgulhoso de dizer que
aqui é mais do que uma escola, somos uma grande família. Todo o
coletivo é especial e participa de forma efetiva nas decisões da
escola”.