Diante da proposta de repensar a inclusão na
rede municipal de ensino, a Prefeitura de Contagem promoveu o 1º
Encontro de Familiares de Estudantes com Deficiência. Reflexões
sobre desafios da interação desse público no ambiente escolar
nortearam os debates conduzidos pela Secretaria de Educação
(Seduc), no dia 18/9, durante evento que reuniu mais de 200 pessoas,
na sede administrativa da Funec, no Eldorado.
Atualmente, mais de 1.300 educandos com
deficiência são atendidos nas unidades escolares da rede da
prefeitura. A diretora de Inclusão da Seduc, Sebastiana Rangel,
enfatizou que o encontro foi apenas o primeiro de uma série prevista
para ocorrer com familiares de estudantes de todas regiões da
cidade. “ A nossa ideia é instituir um fórum permanente de
discussões, entre pais, professores, pedagogos e dirigentes, para
aprimorarmos ações inclusivas que contribuam para o desenvolvimento
de todos educandos com deficiência matriculados na rede”,
acrescentou.
O palestrante do encontro, psicólogo e doutor em
psicanálise, Manuel Vázquez Gil, ao salientar pontos da legislação
que trata dos direitos da pessoa com deficiência, lembrou que
“qualquer instituição que impeça o acesso, a permanência, e a
participação do educando com deficiência nas atividades escolares
pode ser penalizada”. A punição pode ser estendida também às
famílias que deixam de matricular e assegurar estudos aos filhos
com deficiência, completou o especialista.
A necessidade de acompanhante ao estudante com
deficiência em sala de aula, tema que sempre suscita dúvida e
polêmica, também foi abordado no encontro.Para Michele Musa Lopes,
mãe de Charles, 10, estudante com autismo atendido na Escola
Municipal Vasco Pinto da Fonseca, “ a presença de um mediador' é
fundamental para acompanhar e estimular o desenvolvimento do
estudante autista”.
Já Ana Paula Eustáquio Ribeiro Pereira, também
mãe de estudante autista, tem outra opinião. “Meu próprio filho
dispensou a presença da estagiária em sala de aula e isso não tem
afetado o seu desenvolvimento, até então. Acho que ele quer se
sentir como os demais coleguinhas, sem acompanhantes para as
atividades da escola”, frisa a mãe de Natã Walad, 9, aluno da
Escola Municipal Domingos José Diniz Costa Belém.
Com conhecimento de causa, por também conviver
com filho autista, o palestrante Manuel Vázquez, lembrou que todo
pai e toda mãe quer o melhor para o filho, mas dependendo da
deficiência, a presença de um monitor pode impedir a conquista da
autonomia. Para ele, a definição da necessidade da presença do
acompanhante deve ser da escola, pois é quem observa o cotidiano do
estudante, “ e consegue apontar as limitações e as
potencialidades de cada aluno”.
Suporte
Atualmente, a prefeitura mantém, além de 60
cuidadores, 500 estagiários, que atuam como auxiliares de Apoio à
Inclusão da Pessoa com Deficiência nas escolas da rede municipal
de ensino. Eles recebem formação, periodicamente , para aprimorar
cada vez mais as ações inclusivas no ambiente escolar. Nos últimos
dias 14, 17 e 18/9, por exemplo, a Secretaria de Educação
promoveu formação para os estagiários, com atividades no
auditório do Centec.
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