segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Contagem busca opinião das famílias para aprimorar ações inclusivas nas escolas

Diante da proposta de repensar a inclusão na rede municipal de ensino, a Prefeitura de Contagem promoveu o 1º Encontro de Familiares de Estudantes com Deficiência. Reflexões sobre desafios da interação desse público no ambiente escolar nortearam os debates conduzidos pela Secretaria de Educação (Seduc), no dia 18/9, durante evento que reuniu mais de 200 pessoas, na sede administrativa da Funec, no Eldorado.


Atualmente, mais de 1.300 educandos com deficiência são atendidos nas unidades escolares da rede da prefeitura. A diretora de Inclusão da Seduc, Sebastiana Rangel, enfatizou que o encontro foi apenas o primeiro de uma série prevista para ocorrer com familiares de estudantes de todas regiões da cidade. “ A nossa ideia é instituir um fórum permanente de discussões, entre pais, professores, pedagogos e dirigentes, para aprimorarmos ações inclusivas que contribuam para o desenvolvimento de todos educandos com deficiência matriculados na rede”, acrescentou.


O palestrante do encontro, psicólogo e doutor em psicanálise, Manuel Vázquez Gil, ao salientar pontos da legislação que trata dos direitos da pessoa com deficiência, lembrou que “qualquer instituição que impeça o acesso, a permanência, e a participação do educando com deficiência nas atividades escolares pode ser penalizada”. A punição pode ser estendida também às famílias que deixam de matricular e assegurar estudos aos filhos com deficiência, completou o especialista.



A necessidade de acompanhante ao estudante com deficiência em sala de aula, tema que sempre suscita dúvida e polêmica, também foi abordado no encontro.Para Michele Musa Lopes, mãe de Charles, 10, estudante com autismo atendido na Escola Municipal Vasco Pinto da Fonseca, “ a presença de um mediador' é fundamental para acompanhar e estimular o desenvolvimento do estudante autista”.
Já Ana Paula Eustáquio Ribeiro Pereira, também mãe de estudante autista, tem outra opinião. “Meu próprio filho dispensou a presença da estagiária em sala de aula e isso não tem afetado o seu desenvolvimento, até então. Acho que ele quer se sentir como os demais coleguinhas, sem acompanhantes para as atividades da escola”, frisa a mãe de Natã Walad, 9, aluno da Escola Municipal Domingos José Diniz Costa Belém.


Com conhecimento de causa, por também conviver com filho autista, o palestrante Manuel Vázquez, lembrou que todo pai e toda mãe quer o melhor para o filho, mas dependendo da deficiência, a presença de um monitor pode impedir a conquista da autonomia. Para ele, a definição da necessidade da presença do acompanhante deve ser da escola, pois é quem observa o cotidiano do estudante, “ e consegue apontar as limitações e as potencialidades de cada aluno”.


Suporte
Atualmente, a prefeitura mantém, além de 60 cuidadores, 500 estagiários, que atuam como auxiliares de Apoio à Inclusão da Pessoa com Deficiência nas escolas da rede municipal de ensino. Eles recebem formação, periodicamente , para aprimorar cada vez mais as ações inclusivas no ambiente escolar. Nos últimos dias 14, 17 e 18/9, por exemplo, a Secretaria de Educação promoveu formação para os estagiários, com atividades no auditório do Centec.

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