Encontro com estudantes, homenagem e lançamento de livro marcam a passagem de Nanete Blitz Konig pela cidade
Contagem recebe nesta semana, durante
dois dias, a visita de Nanette Blitz Konig, sobrevivente do Holocausto e
amiga de Anne Frank . Durante sua passagem por Contagem, ela relembrará
seus encontros com a amiga alemã de origem judaica, que morreu aos 15
anos em um campo de concentração, e contará a todos um pouco o que foi o
"horror" da Segunda Guerra Mundial e a perseguição do nazismo aos
judeus.
Na quarta-feira (30/9), das 15h às 17h,
ela participará de colóquio com estudantes e educadores de escolas da
Rede Municipal de Ensino e da Fundação do Ensino de Contagem (Funec), no
hall principal do Shopping Contagem. Na oportunidade, ela também
lançará o livro "Memórias do Holocausto".
Na quinta-feira (1/10), entre 9h e 11h,
Nanette Konig será homenageada na Câmara dos Vereadores. Já, à noite, a
partir das 19h, ela cumpre a última agenda em Contagem, participando de
uma roda de conversa com estudantes da Funec e da Educação de Jovens e
Adultos (EJA), no auditório da sede administrativa da Funec, no bairro
Eldorado.
O prefeito Carlin Moura, defensor dos
direitos humanos, diz que Contagem se sente honrada por receber a visita
da senhora Nanette, que certamente levará a população contagense a
refletir sobre a importância de se construir uma sociedade mais justa,
pacífica e fraterna. "No ano em que o mundo lembra os 70 anos do fim da
segunda guerra mundial, é importante que a sociedade esteja sempre
atenta para que violações de direitos humanos do passado não voltem a
ser cometidas no presente".
A visita de uma sobrevivente do
Holocausto representa também uma oportunidade para que estudantes
aprofundem conhecimentos sobre fatos históricos que marcaram a
humanidade e mudaram o rumo do mundo sob vários aspectos, observa o
secretário-adjunto de Educação, Ademilson Ferreira. "A vinda de dona
Nanette certamente os levará a reflexão sobre vários temas atuais de
direitos humanos, inclusive, sobre as questões de exclusão social e de
discriminação em razão da nacionalidade, crença religiosa, etnia,
orientação sexual e opinião, violações essas que ocorrem, diariamente,
em diversos países do mundo".
De acordo com o secretário, a visita da
sobrevivente holandesa se insere ainda no contexto do "Projeto Cultura
de Paz e Mediação de Conflitos no Ambiente Escolar", que, em breve, será
implementado nas escolas da Rede Municipal de Ensino.
Durante o Holocausto, estima-se que 1,1
milhão de pessoas foram mortas em Auschwitz, a maioria judeus.
Prisioneiros de guerra poloneses, romanos e soviéticos, além de outras
nacionalidades, também foram vítimas. Eles foram mortos com gás,
fuzilados, enforcados e incinerados no campo, antes do Exército Vermelho
derrubar seus portões no inverno de 1945.
Biografia
Nanette Blitz Konig nasceu em 6 de abril
de 1929, em Amsterdã, Holanda. Sua família era de origem judia e seu
pai trabalhava no Banco de Amsterdã. Tinham uma vida normal até o
desencadear da Segunda Guerra Mundial.
A partir de maio de 1940, a Holanda é
ocupada pelo exército alemão e os nazistas começam a perseguir os
judeus. No início de outubro de 1941, os alunos judeus têm que
frequentar escolas separadas dos outros e é nessa ocasião que Nanette
torna-se colega de classe de Anne Frank, no Liceu Judaico.
Em setembro de 1943, a família Blitz é
presa e levada para o campo de transição de Westerbork. Em 15 de
fevereiro de 1944, Nanette, seus pais e seu irmão são deportados para o
campo de concentração de Bergen-Belsen. Neste campo, a família Blitz é
enviada para uma parte conhecida como "Sternlager", onde, às vezes,
prisioneiros comuns eram trocados por soldados alemães prisioneiros.
Em janeiro de 1945, Nanette é enviada
para outra parte do campo de Bergen-Belsen, conhecida como campo pequeno
para mulheres. De lá, ela vê Anne no campo grande de mulheres, através
da cerca de arame farpado. Estes dois campos tornam-se um só, depois que
a cerca de arame farpado é retirada, em fevereiro de 1945.
No final de novembro de 1944, o pai de
Nanette morre de exaustão e doenças. No início de dezembro, o irmão de
Nanette e sua mãe são transferidos de Bergen-Belsen e ela permanece lá
sozinha.
Sua mãe morre no trem cinco dias depois
que parte do campo de concentração Beendorf. O irmão dela morre no campo
de concentração de Oranienburg.
Nanette sobrevive a Bergen- Belsen e é
salva pelo major britânico Leonardo Berney, hoje com 93 anos. Depois da
guerra, ela passou três anos hospitalizada por ter contraído tifo,
doença que matou Anne Frank. Nesta época, ela recebe de Otto Frank um
exemplar do livro escrito por Anne Frank - "Het Achterhuis"(O Anexo
Secreto).
Quando se recuperou, foi morar na Inglaterra, onde conheceu o atual marido, John Konig, que é húngaro. Em 1953, os dois se casaram e mudaram para o Brasil logo em seguida. Ela e John têm três filhos, seis netos e quatro bisnetos. Nanette hoje segue dando palestras e falando sobre o Holocausto pelo mundo.
Quando se recuperou, foi morar na Inglaterra, onde conheceu o atual marido, John Konig, que é húngaro. Em 1953, os dois se casaram e mudaram para o Brasil logo em seguida. Ela e John têm três filhos, seis netos e quatro bisnetos. Nanette hoje segue dando palestras e falando sobre o Holocausto pelo mundo.
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